O que se passa neste nosso jardim à beira-mar plantado?
É que à média de um crime violento por dia em que comerciantes são, quase sempre alvejados a tiro, de vez em quando mortos, num país do tamanho de um pacote de açúcar não faz muito sentido.
A menos que na eventualidade de serem apanhados os ladrões saibam, antecipadamente que se pedirem para cumprir pena no seu país de origem, só fiquem a ter que responder por um terço do tempo de condenação, isto no caso de serem brasileiros, vistas bem as coisas é capaz de compensar.
Se por um acaso os ladrões forem oriundos de países de leste não sei bem como a coisa se processa mas é capaz de ser parecido ou então e o mais vulgar é vermos ser-lhes aplicada a muito efectiva medida de coação que atende pelo nome de termo de identidade e residência que aplicada a um cidadão estrangeiro e num país de fronteiras abertas não podia ser mais eficaz...
Ora já se os meliantes forem portugueses, ou perto, e se por acaso se encontrarem já dentro do veículo de fuga, recomenda-se às forças de autoridade presentes no local que empunhem megafone e indaguem se levam menores a bordo antes de dispararem por forma a tentarem impedir a perpetração do crime, ou estaremos habilitados a ver todo um cortejo de carpideiras nas aberturas dos telejornais e quiçá um polícia processado ou mesmo perseguido e morto ou talvez até a família, honesta e trabalhadora, autênticos pilares da sociedade, da malograda criança indemnizada pelo erário público, ou seja por todos nós, afinal o pai da dita criança e o outro familiar foram interrompidos pela GNR a meio de uma acção de formação profissional.
Como qualquer outro português e conforme amostra junta, tenho também o vício da má-língua, mas convenhamos que nos tempos que correm e olhando apenas e só para a escalada de criminalidade e para as limitações impostas às nossas forças policiais, temos que nos perguntar se à beira do abismo, vamos dar o passo em frente, ou finalmente caminhar estradas diferentes e que conduzam a um destino um propósito que sirva o bem comum, ao invés de continuarmos a correr às cegas por labirintos que conduzem tão só e apenas aos interesses pessoais de Minotauros que dizem viver para servir o país?
10 comentários:
Muito bem escrito.
(E por causa disso, tem um link directo no meu blog. Espero que não te importes)
Beijos
Flávio
Flávio,
Sabes que nesta casa estás à vontade. O teu blog há bocado não me aceitava os comentários, estava com a birra,já lá volto.
Bjos
Tita
Infelizmente, estou em crer que daremos o passo em frente, se é que já não o fizémos.
Não querendo ser racista, não é difícil apontar a escalada dramática e sem final à vista de crimes violentos, prática pouco consentânea com o ser português (à excepção da violência doméstica e abusos infantis que nos atiram desde sempre para um comportamento animalesco)a pessoas que vêm de longe, muito longe, sem nada a perder e cada vez mais conscientes que o crime compensa em portugal.
Temos agora que viver com o crime organizado das mafias de leste e com o desespero brasileiro, entre outros.
A matança começou.
O próximo passo é a justiça pelas próprias mãos. E falta pouco tempo.
Snipers
É a loucura...
Beijinho
Pensamentos, gostei deste teu pensamento e de ter estado aqui. Não me descalcei nem fumei um cigarro, apenas te li e convido-te a ires até ao meu canto ;-).
Vou linkar-te, OK?
Os que criticam a acção da GNR são pseudo-intelectuais de esquerda que gostam de conviver com um copo de whiskey na mão e um croqute na outra, emquanto decoram citações para pôr nos seus blogs, nas crónicas dos jornais ou em escatológicos programas de televisão como o "Eixo do Mal".
Se tivessem que ganhar a vida como qualquer cidadão comum, não andassem sempre de rabinho termido e utilizassem os transportes públicos ou os calcantes, para se deslocarem , teriam certamente outra opinião.
Conchinhas do meu Rochedo
Não concordo que o crime violento tenha nacionalidade. Mas concordo que é directamente proporcional à miséria social. Assim, como deviam ser directamente proporcionais as medidas de força das autoridades policiais para combater esse mesmo crime. O criminoso tem de sentir que tem algo a perder. E às vezes a liberdade até é uma boa troca pela comida e telhado.
Mas, claro, depois assistimos às manifestações populares contra o excesso de zelo da polícia, que mata criancinhas que, por acaso, vão nos carros dos bandidos.
O CSI deve ter origem neste país e não nos States.
Bjos.
Isto está mesmo a descambar qualque dia estamos como no Brasil a pôr gradeamentos em tudo o que é coisa e com medo de andar na rua e de levar com uma bala perdida...
Jokas
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