quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DE ONTEM A HOJE


Hoje como ontem não estou cá.

Sinto-me incomodada, apertada, sem ar.

De repente abro os olhos e sinto que afinal há muita coisa abaixo da superfície das coisas, coisas menos boas, escuras, dúbias, pardacentas.

Sei que não quero, nunca quiz, pertencer a este mundo de negrumes e penumbras de contornos e passos mal definidos.

Não quero pertencer ao mundo das falsas intenções, dos falsos beijos, afagos e sentimentos.

Acho que continuo a ser só e apenas pela claridade, acho que continuo a não querer perder a ingenuidade.

Quero conservar intacta a minha forma de olhar o mundo, mesmo que para isso fique só.

O meu mundo é simples de entender, de um lado o claro, do outro o escuro sem cinzentos.

Não cedo, nem faço concessões, o politica e socialmente correcto repugnam-me.

Não me convidem para a festa dos falsos sorrisos, não vale a pena, não percam termpo, não vou comparecer, nunca, continuo a entender um cada vez maior número de coisas de forma diferente dos demais, não quero, sei que não quero, tenho a certeza, de que não vou por aí.

3 comentários:

Ana Oliveira disse...

Tita
Quando se vive do lado da luz é sempre difícil entender a penumbra em que algumas pessoas se movem, resta-nos continuar, ainda que sós.

Beijos

Ana

Anónimo disse...

É por isso mesmo que também não me fico por "cá" muito mais. Sendo que o valor semântico de "cá" é bem lato.

À priori nunca se entende um beijo como um falso afago. Não está implícito isso num afecto tão grandioso, contudo, tão comum. Mas em nos percendo de tal, podemos sempre fugir ao beijo. Mas depois perseguem-nos com o abraço. Que sendo falso e repudiado por nós, dará lugar ao sorriso. E assim sucessivamente.

As festas dos falsos disto e daquilo, sempre se pode dizer que nos dói o pé e não dançamos. Afinal, ninguém precisa mesmo de saber que o que nos dói é a alma e o pensamento.

Até porque, se cairmos na (in)feliz tentação de dizer a verdade, o rótulo passa a ser nosso, mesmo que colado nas costas. E que nós não o vejamos, de preferência. Para que outras festas se levantem.

O mundo dos falsos é muito complexo.

Mas olha que o dos verdadeiros também não se fica atrás.

Beijinhos verdadeiros ***

ovo*

SONHADOR disse...

Gente assim, como tu, deviam existir mais.

Infelizmente, este mundo só se vêem algumas pessoas carregadas de falsos sorrisos.

Beijos.