terça-feira, 11 de novembro de 2008

APETECIAM-ME UMAS FÉRIAS PROLONGADAS


Pois era apeteciam-me as ditas férias longas calmas solarengas mas sobretudo distantes, distantes de tudo e sobretudo distantes deste não governar deste hesitar constante de tirar e pôr. Férias longas prolongadas sem a mácula da angústia do dia aprazado para o seu fim.

Apeteciam-me férias, distância, desta forma canalha e despudorada de governar, perdão de usurpar o poder e dizer que se governa. Apeteciam-me as tais férias longe dos intelectualóides baratos das Fátimas Felgueiras dos ridículos processos Casa Pia e afins, longe das televisões carregadas de novelas, vidas a metro que alguém vive por nós.

Apeteciam-me as tais férias longe, longe da estupidez, da burrice da avareza de sentimentos. Apeteciam-me férias de mim de vocês, de tudo a gente e de ninguém, férias de tudo o que me rodeia no dia a dia, do café da manhã aos jornais, aos computadores.

Apeteciam-me férias das conversas de chacha, das considerações longas e cheias de ideias preconcebidas que nos atacam os sentidos vindas de todas as direcções.

Apeteciam-me férias daquilo a que se chama civilização, sociedade, mundo empresarial.

Apeteciam-me férias numa recôndita aldeia daquelas onde já ninguém mora, num sítio onde o longe se faz mais longe, onde nem sequer os ecos deste mundo à beira do colapso chegam, são aliás proibidos de entrar, onde o mínimo me bastaria e teria todo o tempo do mundo para ler os não sei quantos livros que se já se amontoam pelo chão em redor da minha mesa-de-cabeceira, escrever cartas como dantes, povoadas de cheiros e desenhos toscos, tempo para dormir, tempo para acordar, tempo para viver.

Apeteciam-me férias dos relógios dos telefones e da humanidade, sobre tudo da humanidade, virar as costas ao mundo, usufruir do silêncio e pensar, poder pensar, sem influências externas, sem estereótipos, simplesmente pensar, reflectir, sem som mas com voz. Não não estou à beira de desistir, ou de um colapso qualquer estou apenas a tentar parar e desconstruir, reciclar, reaprender, escolher o que quero e como quero viver .

13 comentários:

V. disse...

Depois o regresso ia doer tanto!

Há dias em que me sinto assim, começo a encher nem sei bem de quê, parece que encho de tudo e de nada. Depois passa de repente, inspiro fundo e sigo.

Beijinhos, bom dia

M disse...

Terias que encontrar uma ilha deserta... há dias assim, que queremos estar longe de tudo... ânimo, força... hoje é só um dia, amanhã será outro :)

Bjokas

kris disse...

era bom..por um determinado período de tempo viverias afastada de toda esta realidade, e depois?...depois de toda essa paz...vinhas para o inferno novamente..

beijo

pensamentosametro disse...

Ai amigos, são tantos e vêem de tantos lados os disparates as contradições que só me apetecem estas férias.


Bjos

Tita

McLlyr disse...

Por vezes me pergunto como seria acordar cada manhã e ser um início fresco…
Não haver um passado e o futuro dura apenas um dia…

Mas enquanto não é possível chegar a uma conclusão, porque não consigo tentar esta minha experiência de vida, distraio-me de muito do que se passa à minha volta…
Não ignoro o mundo que me rodeia… Apenas não lhe dou uma importância desmesurada… Afinal, continuarei a respirar, continuarei a viver…

Tenta relaxar um pouco cada dia…

pensamentosametro disse...

McLlyr,

Eu tento, juro que tento não lhe dar essa desmesurada importância, mas os ouvidos enchem-se logo de manhã, basta apertar o botão do comando da tv...


Bjos


Tita

Ana Oliveira disse...

Bom dia Tita

Apetece tudo isto tantas vezes, apetece gritar que se calem, que ouçam o silêncio, que meçam as palavras...que olhem para dentro com olhos de rigor, e para fora com olhos de verdade...

Resta-nos encontrar dentro de nós esse recanto pacifico e apaziguador...onde possamos refugiar-nos das agressões desta vida vivida a cem à hora e sem travões!

Beijo

Ana

Gi disse...

Apetecia-te VIVER, portanto.

Anónimo disse...

Anda, Tita.
Vamos "ambas as duas", vá.

Para esse lugar irreal. Anda.

ovo*

Anónimo disse...

opsssssssssss...

A Vanda! esqueci a vanda! Mete-a na caixa dos chapéus de palha, que ela cabe lá!

ehehe

beijinho muito choquinho hoje.

ovo*

V. disse...

Ahahah, na caixa dos chapéus de palha... ahahahahahahahah. Espero que a caixa não seja de palha!

SONHADOR disse...

subscrevo.

beijos do sobrinho.

Teresa disse...

Claro que a caixa é de palha! Se vamos para o campo, tem de ser tudo de palha, ora essa!
Mas tu também és tão leve, fofa!!! Não é por aí!! :D

beijossssssss