Lá fora o calor cresce, sigo com o olhar as janelas e portas que trepam as paredes tentando alcançar o tecto lá em cima, protegida pelas paredes grossas desta casa antiga que teimei em recuperar sem desconstruir desfruto da frescura do interior gozando contudo a brisa escaldante que se escapa entre dois acenos da cortina leve. Lá fora reina no pátio, o seu reinado efémero, o sol, implacável, que espreito daqui de dentro onde protegida, me entrego e me deixo, sem reservas, divagar.
Gosto destas horas raras de solidão provisória, deste torpor, quando completamente a sós me é permitido viajar dentro desta casa, usufruir dela em pleno.
Depois de um mergulho breve, deixo enxugar o fato de banho no corpo, à sombra, dentro da frescura da sala, deitada na chaisse longue, sinto invadir-me pelo arrepio de frio breve e completamente a descompasso dos quase 40 graus que se fazem sentir lá fora, silêncio absoluto, daquele tão pesado que se faz ouvir.
Demasiada solidão, levanto-me procuro nas minhas estantes a companhia antecipadamente eleita e que me falta, tem tudo a ver com o dia, o momento presente. - A casa dos espíritos - Isabel Allende - mais uma vez, hoje, particularmente hoje, a companhia perfeita, porque o momento me lembra o livro e sobretudo porque apenas leio livros que se vestem e cheiram e vivem, que se confundem comigo e levam dias e dias a despir. Abro-o e imediatamente reencontro velhos conhecidos.
Capítulo I
ROSA, A BELA...
( Até já ...)
10 comentários:
Adorei o post.
A solidão de vez em quando também faz bem, mas não em demasia . :)
Tudo de bom
Este seria para mim um dia perfeito!
Beijos
Ana
Tita! :)
Sempre tive para mim que apreciar estar-se sozinho, não é sinónimo de falta de gente boa a rodear-nos!
Nem sempre a solidão significa que à nossa volta existe o vazio!
E o que eu aprecio a solidão, também!
Desta de que te falei. Igual à que descreves para ti!
Como companhia? Ainda ando com "Ensaio sobre a Cegueira". Ainda não terminei. Não por preguiça. Mas porque me perco nos pensamentos, quando estou "solitária", de livro aberto na espeguiçadeira, na rede, no sofá, na esplanada...
E sabe tão beeeeeemmm!
Beijinhos! *
:)
estou como a Sairaf: "A solidão de vez em quando também faz bem, mas não em demasia".
beijos.
Esses pequenos momentos de solidão sabem sempre bem, quando sabemos que serão pequenos momentos!
e essa bela casa terá espíritos?
Estou carenciada de uns momentos assim, mas disfruto de utros enquanto não tenho uns.
A casa dos espíritos? vi o filme há anos, gostei, e é uma boa sugestão de leitura!
Bj!
Quantas páginas leste hoje? :D
Vandinha, não lhe ligues... Tens uns Maias para terminar! :D
e eu uns ensaios de cegueiras e tal...!
Mas como a Tita gosta muito de ler, já a atazanei com uma sugestão nada, nada enfadonha! ;)
(Afinal, esquece a sugestão... Adiantei umas páginas e comecei a trocar as letras todas!! Aquilo só lá vai, saltando páginas! Esquece a sugestão dada, Titex! Eu leio e depois conto-te como foi!)
Estes momentos de solidão provisória são uma dádiva dos céus.
Voltafacebook, espero bem que tenha, se não espíritos pelo menos alma.
Ovinho, já acabei. O meu problema é que não consigo ler de forma disciplinada. a sugestão já está aceite como sabes a esta hora.
Bjos
Tita
Bom, livro com calor, para mim dá uma praia optima e uma companhia perfeita mas... isso sou eu, que tenho a mania de andar sempre com o carro apetrchado com diversas coisas, entre elas: tolha, bikini e livros. ;)
Bem regressada
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