Tenho andado afastada, longe, tenho escrito pouco, nada, aqui, muito nos meus cadernos que me chamaram, reclamaram, exigiram atenção, até porque o espaço que lhes é destinado já escasseia, foi preciso mudar, arranjar-lhes nova casa.
Inevitavelmente peguei em cadernos que datam de muitos anos, como este, que me lembrou a Gracinda, de antes, bem antes de 74, dos dias em que depois das aulas nos juntávamos em casa de uns e de outros.
Neste dia registei uma frase da Gracinda, cabo-verdiana ao serviço da família da Fátima T., volta, criatura exótica, quase rara, nestes tempos antes da cobarde e desastrosa descolonização.
Mulher grande, dona de um humor invejável, de um sorriso enorme de raciocínio afiado e língua mais despachada ainda.
Tinha sido tarde de mais um bailinho de garagem, transformada em boîte, como se dizia na época, eu e a grupeta da casa subíamos até à cozinha a contar os sucedidos da tarde, das músicas dos flirts, desta e daquela, da M. da T., da J, ai a J uma empertigada com a mania que é melhor que as outras...
Atentamente a Gracinda ouvia os nossos dilemas de pré - adolescentes e dava conselhos:
_ Quanto às empertigadas é fazer vista grossa e fugir a sete pés por causa do cheiro, porque normalmente "tanto se espremem que se borram..."
Retomo o dito, sorrio lembrando outros momentos. Que será feito dela? Memórias felizes!!!
9 comentários:
era bom que momentos assim, acontecessem sempre.
beijos.
Olá!
Recordar é viver !!!!!
E por vezes isso é bom;=))
Beijocas
Bom fim de semana
Tita! :)
Também me pergunto, por vezes, onde andará a minha querida "menina Arminda" que tanto me acarinhou e tanto me ensinou...!
É! As empertigaitadas são umas "cagonas"! Está visto! :)
Parando uns dias para fazer "escala" por casa para a troca de "tuálétes" de férias! :)
Beijinhos quentes, Tita! :)
Bom Verão! :)
ovo*
O verão, o bom tempo, os sons e cheiros levam a isso, a que nos distanciemos de outras coisas para aproveitar as coisas simples. E qando aproveitamos as coisas simples recordamos tantos momentos simples e que hoje vemos que foram fantásticos :))))
Bjs!
Sábia senhora, que afinal a frase dela ainda hoje, infelizmente, tem aplicação.
Um beijo
Bela frase. Nunca a tinha ouvido.
Oh pah! Se a tua Grcinda fosse dos tempos dos blogs, eu ia apreciar que ela te tivesse aconselhado a actualizar o blog mais vezes que aqui a gentinha tem "sódades" de te ler!
Agora é só porcos, vacas, éguas, ovelhas (bem sei que não das ranhosas, bem sei!!) e afins! E aqui "os pobres" a ver navios!!
Raios, até sonho contigo de chapéu de palha e calças à jardineira, dobradas, a ver-se a galochinha da moda!! :D
Beijinhos!
:D
ovo*
É engraçado pensar em todas as pessoas que já passaram nas nossas vidas, que por momentos fizeram parte tão relevante e frequente do nosso mundo, e depois seguiram o seu caminho separado do nosso.
Por vezes dói o afastamento, mas sempre fica um sorriso.
Muito bem escrito, cara Tita.
Ps. Alvor anda excelente nesta altura do ano ...
Boa noite! :)
olhe... há gente aqui na mercearia?
Era um cestinho de limões e abóbora para a sopinha, por favor!
Produção caseira, directamente da sua herdade, vá! eu sei, eu sei!! :D
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