sexta-feira, 17 de abril de 2009

GENÉRICOS VERSUS MARCAS OU INTERESSES VERSUS NECESSIDADES?


É triste quando toda uma classe profissional é metida no mesmo saco.

Falo do quê? Da polémica dos medicamentos genéricos versus medicamentos de marca, não vou falar da qualidade de uns ou de outros porque tenho aquela mania de falar só daquilo que sei, que conheço.

Quando vou ao médico não discuto se ele me receita um medicamento de marca ou um genérico, confio que receite o que receitar será sempre no sentido de favorecer o melhor interesse do doente.

Tenho vários amigos médicos, uns de um lado da barricada outros de outro, vou ouvindo e vou formando a minha opinião, até porque lhes conheço o carácter, a uns e a outros, independentemente da dama que defendem.

Se alguns são médicos porque foi o que sempre quiseram ser e praticam a profissão com fervor e devoção, orgulho-me até de contar entre eles quem tenha oferecido toda uma vida ao serviço da medicina e dos outros, sobretudo dos mais desfavorecidos.

Outros são médicos porque quiseram que fossem outros porque aspiraram a lucrativas especialidades e põem à frente de tudo, não discuto porém nunca a sua competência profissional, o ganho financeiro.

Reparem que não lhes quero mal por isso, são opções de vida, da vida deles eu posso ou não aceitar, apenas. O que é facto é que todos devem pensar que obviamente sempre, mas sobretudo num período com o que atravessamos em que doentes escolhem os medicamentos que mais falta lhe fazem e não aviam toda a receita, ainda agora aconteceu à minha frente na farmácia onde ia comprar uma coisa completamente dispensável, dispensável e cara e vi um homem, entrado na idade a fazê-lo, timidamente de olhos no chão, talvez desnecessariamente envergonhado.
Se fiz algo para o ajudar? Fiz, só porque não conseguiria ficar indiferente e dormir descansada, gozar o fim-de-semana em paz quando fiz um sinal mudo a quem o atendia e bem me conhece, foi mais por mim, para apaziguar a minha culpa do que pelo homem doente, mas pensem comigo, de que vale um acto isolado embora sentido de caridadezinha? De nada, se não se mudarem mentalidades se não crescermos enquanto povo. Se não começarmos a socorrer melhor quem precisa e a tratar melhor as nossas crianças e os nossos velhos.

Genéricos? Porque não? Vamos esquecer a ganância medíocre, vamos prostituir-nos todos talvez um bocadinho menos aos laboratórios farmacêuticos e outros e ajudar quem precisa a melhorar um bocadinho que seja a sua qualidade de vida. Não é apenas uma questão humanitária, é sobretudo uma questão económica, uma questão de gestão do desperdício. Não se iludam, aprendam com os erros do passado e do presente, não esqueçam a difícil situação que vivemos filha da ganância da ambição e da prostituição do poder político ao poder económico . Tenham um bom fim-de-semana. :)

2 comentários:

I. disse...

Tive uma situação com um médico, em que lhe perguntei porque não me autorizava o genérico. Ele explicou-me e aceitei a explicação: já o tinha feito e os pacientes queixaram-se que o efeito não era o mesmo. Explicou-me melhor o porquê desta diferença (terá a ver com o modo de fabrico, que no genérico era simplificado para ser mais barato, suponho) e aceitei, porque confio naquele médico. Afinal ele é que andou a estudar tantos anos para aqauilo ;)

Mas no caso de antibióticos e outras coisas, como paracetamol e por aí, não sei porque não optam pelo genérico. Para muita gente é a diferença entre comprar o medicamento ou prescindir de outras coisas tão ou mais essenciais...

(bem hajas por esse pequeno gesto. )

Rita disse...

Querida, eu trabalho na indústria farmacêutica e há MÉDICOS e médicos...
Jokas