segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

SOPROS DO CORAÇÃO


Ontem, surpreendi-me a reflectir, a divagar sobre a vida e a morte, tracei uns quantos cenários e cheguei à conclusão de que há pessoas na minha vida sem as quais não saberia bem como direccionar-me sem elas, viver, levantar-me todos os dias, trabalhar, comer, respirar.

Outras que me fariam uma falta enorme, para sempre recordadas com amor, carinho e saudade, um sorriso, uma lágrima, inquilinas cativas do meu coração.

Outras de quem lamentaria o desaparecimento uma vez que eram seres humanos, tão só e apenas porque um ser vivo tinha cessado de viver.

Outras que nem isso, ou seja, nem sequer lamentaria o seu desaparecimento, tomaria conhecimento, nada mais, coração vazio, procurei, fiz um esforço, encontrei-o nu, despido de qualquer sentimento de saudade, piedade ou perdão.

Parece cruel, desumano, talvez, mas contudo é apenas real,consequência dos nossos dias? De como os vivemos ou melhor de como os não vivemos, não sei, apenas sei que tentei mas não consegui sentir ouvir outra coisa diferente dos verdadeiros sopros do meu coração.

9 comentários:

Anónimo disse...

Concordo em especie, numero e tudo mais... julgo que se quisesse escrever semelhante texto não me sairia melhor!

Obrigada pela nomeação! ;)

fj disse...

faço minhas as tuas palavras, assim evito de encher a tua cx de comentarios e ficará mais espaço para os seguintes.ehehehe!

"Há mesmo Outras que nem sequer lamentaria o seu desaparecimento"
houve já algumas q nem sequer lamentei o seu desaparecimento...e não é q hoje estou tão FRIO!...E JÁ DIZIA A MINHA Avó...pagamos cá tudo neste MUNDO! no outro ainda não sabemos como irá ser.
Mas penso q haverá alguém por aí q o sabe mas não nos quer é dizer....Maus feitiossssssss!

Beijossss meus para ti minha cara conterranea.

Deixo tb aqui e por aqui, um beijinho para a tua comentarista residente ;)

Vou mas é.... Trabalhar!

V. disse...

Todas as pessoas deixam em nós uma marca.

A umas damos o "privilégio" de nos continuarem a marcar, a outras retiramos esse privilégio.

Eu não ia conseguir viver do mesmo modo sem um sem número de pessoas importantes para mim, as que têm o dito privilégio.

As outras... bem, essas estão para mim já mortas. Quando o dito privilégio de "marcar" a minha vida lhes foi retirado para mim cessaram a sua existência, seguimos agora caminhos que se se intersectarem fazem-no apenas tão pontualmente que a escala desse ponto nem é visível. Jamais as nossas linhas se intersectarão num segmento perceptível.


Serei demasiado fria por não achar desumano nem cruel que não lamentes algumas pessoas?
Não sei. Talvez comparado com o acto de excluir ao ponto de considerar "x" pessoas mortas e entarradas na minha vida o seja mais.
Será auto-defesa ou reacção? Não sei.
Não acho desumano nem cruel nem mau nem nada. Acho natural.

Por muito que a mala da vida seja grande há pessoas para as quais não reservamos nenhum espaço e (pelo menos eu) atiro deliberadamente borda fora caso cometam disturbios na minha viagem.

Beijinhos

Rita disse...

Há pessoas que nem podem ser consideradas seres humanos tamanha a maldade que destilam, por esses nem pena nem nada talvez até um "já vai tarde..."
Jokas

mimanora disse...

Qualquer pessoa nos marca, bem ou mal, fisicamente ou na alma, mas a marca fica sempre, pode é estar escondidinha, mas está lá!
Faz parte da nossa bagagem...

Anónimo disse...

A mim todos deixam marcas... Todos me fazem reflectir, questionar atitudes, amores, amizades, trejeitos, formas de ser e estar.
Todos. Os que cá estão no coração. Mesmo os que falta possam deixar de fazer, não deixam de me fazer pensar na importância que, algum dia, tiveram para mim...

Mas... Indubitavelmente, quem cá permanece ad eternum (soubesse eu colocar o itálico) são os que amo, os que me fazem bem, os que me fazem rir e sorrir, os que me deixam a lágrima no canto do olho. Os que me põem acima de tudo, à medida do pedestal que, também eu, crio para eles. Nestes últimos, os que já perdi e que não esqueço (saudades da Avó, da Amiga, da Tia)... E os que longe de mim estão física e geograficamente mas que desejaria tanto e tanto ter mais perto. Mas a amizade, o amor, a lealdade ajudam a superar a ausência. Mesmo ao longe, dão-me vida, dou-lhes vida.

Que belo momento este para comentar estas tuas palavras certeiras em todos os que te lemos: são, com toda a certeza, a expressão do coração de todos nós.

Hoje é um dia especial para mim.

Foi fantástico ler-te. Hoje. Agora.


Um abraço, Tita.

ovinho*

kris disse...

Ora aí está um excelente cenário, cruel?não acho, apenas verdadeiro

SONHADOR disse...

concordo com o comentário da Thunderlady.

beijos do sobrinho.

Wish disse...

Eu também penso muito, nessas coisas todas...mesmo...
Bj*