domingo, 31 de agosto de 2008

JANGADA DE PEDRA


O 25 Abril foi uma porta inevitavelmente à espera de ser aberta.


Depois da explosão dos cravos das manifestações dos dias loucos em que nos comportávamos como águas revoltas retidas numa barragem, veio o a pergunta pertinente "e agora ?"


De dentro da minha adolescência um bocadinho precoce e que já conhecia outros povos , outros ritmos de vida, pensava: - venha o que vier, será sempre melhor do que aquilo que tínhamos. O amanhã será sempre melhor do que o ontem.


Hoje, no amanhã daqueles dias, 34 anos depois, volto a pôr-me a mesma pergunta e o que me assusta é saber que não há nada melhor para esperar do nosso amanhã.


Será este o tempo de voltar a arregaçar mangas, ressuscitar, se preciso, as noites de insónia das reuniões clandestinas, das trocas de meias-palavras e de olhares mudos carregados de significado à mesa dos cafés?


É com certeza este o tempo de mudar, radicalmente.


Timoneiro precisa-se!

5 comentários:

SONHADOR disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
SONHADOR disse...

eu não me candidato.
da maneira como isto andou, anda e andará, dificilmente se conseguirá agradar a gregos e a troianos.

beijos do sobrinho.

Antunes Ferreira disse...

LISBOA - PORTUGAL

Olá!

Também não sejamos nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O homem não tem feitio para se auto-elogiar. E não é mintirouzo, so de vez en quando é que mete umas argoladas, mas é sobretudo com os olímpicos e os paraolímpicos. Cúmulo dos cúmulos é o Vicente ainda presidente que manipula as cinco argolas - e mais que viessem... Só o Valentim, ão, aõ...

Cheguei a este blogue através de outros que costumo visitar e neles postar comentários. Cheguei, vi e… gostei. Está bem feito, está comunicativo, está agradável, está bonito – e está bem escrito. Esta é uma deformação profissional de um jornalista e dizem que escritor a caminho dos 67…, mas que continua bem-disposto, alegre, piadista, gozão, e – vivo.

Só uma anotaçãozinha: Durante 16 anos trabalhei no Diário de Notícias, o mais importante de Portugal, onde cheguei a Chefe da Redacção – sem motivo justificativo… pelo menos que eu desse com isso… E acabo de publicar – vejam lá para o que me deu a «provecta» idade… - o me(a)u primeiro livro de ficção «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola (1966/68) em que, bem contra vontade, infelizmente participei como oficial miliciano.

Muito prazer me darás se quiseres visitar o meu blogue e nele deixar comentários. E enviar-me colaboração. Basta um imeile / imilio (criações minhas e preciosas…) e já está. E se o quiseres divulgar a Amiga(o)s, ainda melhor. Tanto o blogue, como o imeile, tá? Muito obrigado

www.travessadoferreira.blogspot.com
ferreihenrique@gmail.com

Estou a implementar e desenvolver o projecto que tenho para o meu www.travessadoferreira.blogspot.com e que é conferir ao meu/vosso/NOSSO blogue a característica de PONTO DE ENCONTRO entre os Países fraternalmente ligados – Portugal e Brasil. E outros PALOP e etc…
Se me enviares o teu IMEILE, poderei enviar-te «coisas» que ache interessantes. Se, porém, não as quiseres, diz-me que eu paro logo. Sou muito bem-mandado (a minha mulher que o diga…) e muito obediente (cf. parênteses anterior). Abrações e queijinhos, convenientemente repartidos e distribuídos

– Desculpa por este comentário ser tão comprido e chato. Como a espada do D. Afonso Henriques…
- Já conheces o me(a)u «Morte na Picada» que acima menciono? Há quem diga que é muito bom. E até que é o melhor que se escreveu em Portugal sobre o tema. Dizem… Obviamente que não sou eu a dizê-lo… Só faltava… E também há quem tenha escrito que é SANGUE & SEXO… Malandrecos… Pelo sim, pelo não, compra-o.
Depois de o leres, se, por singular acaso, tiveres gostado dele, terás de comprar muitíssimos mais exemplares. São excelentes prendas de aniversários, casamentos, divórcios, baptizados, e datas como Natais, Carnavais, Anos Novos, Páscoas, Pentecostes, vinte e cincos de Abris, cincos de Outubro, dezes de Junhos. Até para funerais. Oferecer o «Morte» na morte fica bem em qualquer velório que se preze. E, além disso, recomenda-o, publicita-o, propagandeia-o, impinge-o aos Amigos, conhecidos, desconhecidos & outros, SARL. Os euros estão tão raros e... caros...
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A editora da obra é a Via Occidentalis (occidentalis@netcabo.pt) cujo site é www.via-occidentalis.blogs.sapo.pt. Neste blogue podem ser consultados mais dados sobre o livro, cujo preço de capa é € 14,70. ATENÇÃO: Pode ser comprado pela Internet.
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NOTA IMPORTANTE: Este texto de apreciação e informação é similar em todos os casos em que o utilizo. Digo isto, para quem não surjam dúvidas ou suspeitas sobre a repetição em diferentes blogues. E para que ninguém se sinta ludibriado – ou ofendido… Há feitios que… Mas, sublinho, apenas o uso quando o entendo, isto é, quando gosto mesmo dos que visito. Nos outros onde também vou, se não gosto, saio sem comentários. Há muitos mais. Aqui na terrinha diz-se que «se não gostas, põe na beirinha do prato…»

Vera disse...

Pensamentos a Metro,
quando o 25 de Abril chegou pela mão do Depois do Adeus, eu tinha 8 anos. Estava em casa dos meus avós maternos e nunca esquecerei o Dia nem a alegria do meu Avô. Esta data é, sempre, para mim, data de Festa. Como tu, acho que se está a perder o espírito e a força de lutar por melhor.Lutar é palavra que já não existe no vocabulário. Quem se lembra do antes já se cansou, quem passou pelo durante, acha que já tem tudo, quem veio depois, acha que não falta nada...é pena!
Bjs de Abril, em Setembro

M disse...

Oi. Acho que o problema é que o povo está tão desiludido e desanimado por não ver uma luz ao fundo do túnel em que este país entrou, que simplesmente se acomodou ao facto de criticar o que acha que está errado sem fazer algo para que as coisas mudem. Já diz aquela célebre frase: "O poder traz grande responsabilidade" ... o 25 de Abril concedeu grande poder ao povo, mas infelizmente o povo não se tem mostrado maduro suficiente para lidar com o poder que conquistou (e no povo incluo aquele que está a comandar o rumo do país)... a liberdade conquistada está a mostrar-se em diversos aspectos um dos podres desta era do nosso país, pois está tornar-se uma liberdade egoísta, violenta, desrespeitosa, falsa e muito perigosa e neste momento não há nada que imponha um limite e que obrigue ao respeito de uma liberdade mutua. No tempo dessas reuniões clandestinas, havia um objectivo comum, havia irmandade, cumplicidade, lealdade, honra... neste momento, e falo principalmente da minha geração e da seguinte, não existe nada disso... os jovens de hoje não têm convicções, não têm objectivos "sociais", não sabem o que é realmente acreditar e lutar por algo... estou a generalizar, sei que há excepções, mas não vejo força na futura geração para alterar o futuro próximo... realmente este "barco" está á deriva e não tem capitão ou timoneiro para mudar o rumo e nos levar de volta para terra... mas um dia quem sabe... acho que, por mais poucas que sejam, enquanto houver pessoas que se questionem sobre o estado das coisas, que confrontem a realidade que os rodeiem e que estejam disposta a fazer algo, ainda há esperança...

Bjocas