terça-feira, 15 de abril de 2008

LEITURAS



Há livros abertos que leio com gosto, choro, rio, partilho sentimentos, emoções. Outros são livros de mistério, tenho que os ler, atentamente, nas entrelinhas, desvendar-lhes os segredos. Outros ainda, autênticos livros de anedotas que diligente e pacientemente vão coleccionando e publicando. Há ainda aqueles que nunca serão um best-seller mas que ainda assim conseguimos ler e chegar ao fim com um sorriso nos lábios.


Por fim existem os outros, os dos enganos que eu gostava que não fossem mas são, livros que nunca deveria ter aberto, só me trouxeram amargura e desilusão, vão ficar confinados para sempre ao fundo da estante na prateleira por mim catalogada como erros e arrependimentos. Por vezes, vou a essas prateleiras e pego num desses livros e recomeço a leitura, tentando compreender, talvez tenha sido eu que não percebido, desvendado o conteúdo como se pretendia, insisto, tentando vislumbrar uma réstia de esperança na recuperação deste livro, dar-lhe um outro lugar na estante, quantas e quantas vezes já repeti este exercício, que se prova, sempre, inútil e, mais uma vez regressa o livro à prateleira dos erros e arrependimentos.


Quantos livros já li que embora só tenham passado uma vez pela minha mão, vistos de fugido, breves palavras, vibrantes que até hoje me enchem os sentidos? Quantos outros me encheram de alegria e me levaram a aninhá-los no peito, felizmente poucos trouxeram a marca da traição, da mentira e do desalento esses são os tais relegados às profundezas da estante os que não quero nunca mais ver, mas que contudo continuarão a fazer parte da minha biblioteca, é preciso que façam que continuem lá a lembrar-me uma e outra vez as lições gratuitas, saídas da sua boa vontade que a vida me vai dando e que eu teimo uma e outra e mais uma vez, não aprender.



5 comentários:

Gi disse...

Amiga, os livros são como as vidas!

V. disse...

Tita, andamos numa de sintomia "perfeita"?

Estou presentemente a viver uma situação de "livros-que-já-me-tinham-dito-que-não-valia-a-pena-abrir-mas-eu-teimosa-quis-ler-e-"provar"-que-alumiados-com-outra-luz-e-lidos-com-outro-tom-de-voz-podem-ser-bons-livros". Mas não.

Parece que nunca aprendo.

Faço como tu: mesmo que o livro nãi seja para ser aberto outra vez deixo-o lá na prateleira para olhá-lo e manter em meste o porquê de não o voltar a abrir e servir-me do que ele me "proporcionou" na leitura de outros livros.

Mesmo assim não deixo de ler.

Beijos, um dia lindo para ti.

pensamentosametro disse...

Gi,
:)

Thunderlady,

E não somos "louras", imagina se fôssemos.


Bjos

Tita

Laetitia disse...

Eu gosto de fechar esses e não os abrir mais!
Achas que vale a pena nos chatearmos com isso?
A vida continua e cada um desses livros é um acréscimo á tua personalidade e a tua experiência.

Beijos

pensamentosametro disse...

red woman,

O problema é que eu sou muito teimosa e não desisto de nada, nunca, nem dos livros dos enganos.

Bjos

Tita