terça-feira, 31 de julho de 2007

ESCAPE TO THE COUNTRY I

Não , não se trata da série da BBC, mas sim de uma espécie de "private joke" que fiz
com a Thunderlady

Há cerca de seis anos mudei-me para o campo com toda a família, casa rural antiga reconstruída já de acordo com os nossos planos e gostos e que temos vindo a melhorar ao longo destes últimos anos, quer a nível arquitectónico, quer a nível da decoração.

Construímos uma piscina e uma zona de convívio adjacente onde recebemos amigos e fazemos festarolas, construímos um jardim com pontos de água, alargámos e modificámos um antigo lagar que transformámos em adega e sala de jogos, enfim os tais cantos e recantos com que sempre sonhámos, e esta seca toda para quê, para que percebam que embora já tenhamos visto piores dias, fizemos um investimento considerável de tempo e dinheiro e escolhemos uma simpática vilória Ribatejana porque era o que estava melhor situado para toda a família no que dizia respeito ao trabalho e à Faculdade, idílico não é? Mas vamos passar ao reverso da medalha:

Esclareçamos que a casa se situa no coração da dita vilória e que a vida no campo não é só carneirinhos e pastoras, não é não, senão vejam: um dos meus maiores orgulhos nestas andanças de remodelação foi construir um átrio mesmo na frente da casa todo em calçada portuguesa genuína, colocada talvez por uns dos últimos mestres na arte, ora o meu vizinho acha que esse espaço é bem à medida para estacionar o seu tractor e respectivo reboque e não contente com isso deixa diariamente a camioneta a tapar o portão das traseiras, que por acaso, é o que dá aceso à garagem, bem gastos os 1.200 euros do automatismo pois a maior parte dos dias deixamos todos o carro na rua.

O meu marido que é uma pessoa calma e cordata já lhe pediu diversas vezes que não estacionasse no local pois impedia-nos de entrar em casa ao que ele respondia sempre que se quisesse entrar em casa que pusesse um sinal, contra a nossa vontade lá pusemos o famigerado sinal de proibido estacionar no portão das traseiras, o tal vizinho deixou de estacionar em frente do portão mas continua a estacionar no nosso terreno, que foi calcetado e alcatroado por nós e nos pertence e eu até dava isso de barato se ele não continuasse a estacionar tractor e reboque no largo de calçada portuguesa concebido para se harmonizar com a arquitectura da casa, mais uma vez o senhor marido tentou falar "às boas" com a criatura e o dito voltou a responder que pusesse o sinal, ora não estando minimamente disposta a transformar a minha casa no perímetro de aprendizagem do ACP e aproveitando a estada do marido num congresso resolvi chamar a GNR tão cansada que já estava de tantos e sucessivos abusos, lá vieram os senhores militares, falaram com o vizinho que resmungando entre dentes uns epítetos dos quais só entendi "doutores de m..." lá retirou o tractor e respectivo reboque que por acaso estava carregado de estrume nesse dia, 48 horas depois lá estavam outra vez os veículos do meu descontentamento, o que quer dizer que quando recebo amigos ou visitas ou seja quem for passei a dar preferência ao portão das traseiras, dirão que se trata de inconvenientes da vida no campo, claro que são, como também o fogo de artifício às 2 horas da madrugada com bombas que da primeira vez que o ouvi pensei que o Bush se tinha "enfrascado" de vez e confundido a localização do nosso país com o Iraque, ou ter que gramar uma noite inteira com o esse astro cintilante que dá pelo nome de Tony Carreira mais 50 autocarros de fãs aos berros.

A vida no campo é relaxante sim se dermos de barato estes pequenos episódios em nome de mercados cheios de produtos biológicos a preços normais, em nome do padeiro à porta, dos limões do nosso quintal, achave na porta que nunca é fechada e tantos outros pequenos prazeres impossíveis nas grandes cidades, mas mesmo assim que é mau karma, é!

Tita

10 comentários:

SONHADOR disse...

em todo o lado, seja no campo ou na cidade, apanhamos gente assim.
ao pé da casa da minha Mãe, há um vizinho que resolveu implicar e mete o seu lindo carrinho a ocupar metade do lugar, fazendo com que mais ninguém consiga lá estacionar.

por mais que tente controlar, não dá!!!

E ele tem um espação enoooorme para estacionar o carro mesmo à porta dele.

Bjos.

leao.xxi disse...

Sou-te sincero, não troco o buliço da cidade pela "calma" do campo...não consigo estar sem o buliço!!!!

Unknown disse...

Como diria alguém que me é muito chegado "opá, isso é peixe agulha!"

Str@nger disse...

O problema não é o campo ou a cidade, nem sequer a educação das pessoas: é mesmo o civismo, a capacidade de pensarem em "não fazer aos outros o que não gostaria que lhes fizessem".

Essa área não dá para ser delimitada por uns pilares de metal ou cimento? Ou vasos de cimento grandes, com flores? Ou umas árvores?

Tenho uns "vizinhos" que para evitarem que se estacioansse em frente às vivendas deles puseram uns vasos gigantescos com flores - esteticamente está bonito mas rouba 2 lugares - que só saem dali à custa de muita força.

Infelizmente a GNR só vai tomar medidas quando vocês derem um tiro no vosso vizinho e eles vos forem prender...

pensamentosametro disse...

sonhador

É o celebre não civismo Tuga

Leão,

a minha fuga para o campo é assim a modos que para o "aldrabado", estou a 40 m de Lisboa, com entrada na auto estrada a 5 m, de maneira que é assim:
cinema - Lisboa, compras, livrinhos, trapinhos e afins - Lisboa, não sei se estás a ver a pinta de rural...



Podes crer, peixe agulha e dos grandes

Thunderlady,

Pois é, o eterno escasso civismo, que se agravou de forma assustadora de há uns anos a esta parte.

Quanto às ideias que dás todas são possíveis e válidas mas gostávamos que as pessoas entendessem e que usassem o espaço desde que o soubessem fazer e há ainda um pormenor assim para o menos simpático:o vizinho já não é exactamente um jovem deve ter mais de 75 anos, por isso um dia destes vai estacionar para outra rua... bolas esta foi má não foi? Mas justamente por ele já ter alguma idade é que não vou entrar em guerrihas que não levam a nada. Vou me irritando aos dias pares e finjo que não vejo aos ímpares e no entretanto vou pondo a culpa no Karma.

Bjos

Tita

Xuggo disse...

Pergunto-me o que faria o Tony Soprano nesta situação...?

Str@nger disse...

Essa do estacionar noutro sítio foi muito à frente! óh se foi!

pensamentosametro disse...

xuggo,

Do que tu te foste lembrar, estava muito melhor em casa a ver a minha colectânea dos sopranos do que aqui de volta dos ganhos de eficácia . No entanto tenho um amigo que não se importava nada de fazer uma imitação do dito Tony, mas mesmo assim prefiro esperar pela mudança de código postal do senhor.

Thunderlady,

Saber esperar é uma virtude...

Alexandra disse...

Olá!

Desculpa a minha ausência, ams ando com problemas com a net. Antes de mais, obrigada pelo convite!

Quanto ao teu vizinho, eu cá comprava uns pós de comichão e distribuia graciosamente pelos sapatos do dito!

Beijinhos

pensamentosametro disse...

alexandra,

Tenho sentido a tua falta, os pós não são má ideia mas se calhar vou aguardar pela mudança de código postal.Volta depressa.

Tita