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sexta-feira, 24 de julho de 2009

GRACINDA

Tenho andado afastada, longe, tenho escrito pouco, nada, aqui, muito nos meus cadernos que me chamaram, reclamaram, exigiram atenção, até porque o espaço que lhes é destinado já escasseia, foi preciso mudar, arranjar-lhes nova casa.
Inevitavelmente peguei em cadernos que datam de muitos anos, como este, que me lembrou a Gracinda, de antes, bem antes de 74, dos dias em que depois das aulas nos juntávamos em casa de uns e de outros.
Neste dia registei uma frase da Gracinda, cabo-verdiana ao serviço da família da Fátima T., volta, criatura exótica, quase rara, nestes tempos antes da cobarde e desastrosa descolonização.
Mulher grande, dona de um humor invejável, de um sorriso enorme de raciocínio afiado e língua mais despachada ainda.
Tinha sido tarde de mais um bailinho de garagem, transformada em boîte, como se dizia na época, eu e a grupeta da casa subíamos até à cozinha a contar os sucedidos da tarde, das músicas dos flirts, desta e daquela, da M. da T., da J, ai a J uma empertigada com a mania que é melhor que as outras...
Atentamente a Gracinda ouvia os nossos dilemas de pré - adolescentes e dava conselhos:
_ Quanto às empertigadas é fazer vista grossa e fugir a sete pés por causa do cheiro, porque normalmente "tanto se espremem que se borram..."
Retomo o dito, sorrio lembrando outros momentos. Que será feito dela? Memórias felizes!!!